Minha empresa familiar precisa ser pequena pra sempre?

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Empresa de família: esse é um conceito que estamos muito acostumados aqui no Brasil. Mas ao contrário do que muitos acreditam, elas não são exclusividade da cultura nacional e nem estão fadadas a serem pequenas empresas.

Um caso muito famoso e que ganhou destaque na cultura pop foi a Carlos Bakery. A empresa e seu proprietário, Buddy Valastro, ficaram mundialmente conhecidos por causa do Reality Show Cake Boss.

No entanto, a empresa familiar já era conhecida em Nova Iorque e Nova Jersey pelos seus bolos artísticos e pela qualidade dos produtos. O estabelecimento começou com o pai de Buddy, o Carlos que dá nome ao local.

Porém, após a morte do pai, o filho teve que assumir a responsabilidade de manter os negócios e continuar sua gestão.

Assim como Buddy, muitos brasileiros também passam por essa responsabilidade de assumir uma empresa familiar com o dever de manter os negócios na ativa.

Características das empresas familiares

Quando falamos de empresas familiares, não se trata apenas do dinheiro investido no negócio. Em empreendimentos assim estão investidos tempo, patrimônio familiar, afinidade, responsabilidade, etc. É muito comum empreendedores que abriram mão de conforto, horários de lazer, patrimônio pessoal e muito tempo para erguer uma empresa familiar.

Esse relacionamento entre o empreendedor e a empresa de família tem pontos fortes e fracos:

Pontos fortes

As empresas familiares são bons exemplos de como uma gestão centralizada pode melhorar os pequenos negócios. O fundador da empresa geralmente é o responsável por manter o negócio ativo durante anos e aprende com o tempo qual é o melhor modelo de negócios para sua empresa. Esse tipo de conhecimento é importante para ação efetiva e rápida em períodos de crise e emergências.

Por se tratar de um ambiente familiar, o gestor costuma contratar parentes para as funções mais importantes do negócio. Isso tem prós e contras: se por um lado facilita a delegação de tarefas e o contato entre os setores, também não garante que os membros importantes da empresa tenham capacitação adequada para a função.

A estrutura menor e menos burocrática traz muitas vantagens, tanto na gestão, quanto com o trato com os funcionários. Assim fica mais fácil notar talentos dentro do negócio familiar e atender a ideias dos colaboradores.

Outras qualidades são:

• Relacionamento interno amigável
• Organização leal e dedicada
• Confiança entre responsáveis operacionais
• Interesse no crescimento da empresa por todos os envolvidos
• Constância na maneira de gestão

Pontos fracos

Embora seja um dos tipos de negócios mais comuns, é muito comum ouvir reclamações como “minha empresa de família não vai pra frente”, “minha empresa não cresce”. Por mais que dados de um estudo da PwC aponte que 79% das empresas de família do país cresceram no último ano e 76% esperam manter os resultados positivos pelos próximos cinco anos (mais que a média mundial, de 65% e 85% respectivamente), esse tipo de negócio ainda gera desconfiança.

A inserção de empresas de família no mercado mundial ainda é pequena. Pouco mais de um terço delas (38%) faz negócios internacionais.

Embora os investidores nacionais sejam otimistas, os dados apontam que a sucessão é um dos maiores fatores de risco, já que apenas 10% das empresas sobrevivem até a quarta geração, segundo a Fundação Getúlio Vargas.

Outros pontos fracos são:

• Dificuldade de separação entre vida profissional e pessoal
• Postura autoritária do fundador da empresa
• Sobrecarga de responsabilidade aos membros da família
• Briga interna por poder entre os membros da família

Problemas na transição da primeira para a segunda geração

Segundo a PwC, apenas 11% das empresas mantém um plano de sucessão bem estruturado e documentado. Isso pode ser resolvido com incentivo ao aperfeiçoamento dos familiares e planos de carreiras dentro da companhia.

A falta de planejamento pode gerar:

• Falta de comando
• Dificuldade em planejamento dos sucessores
• Falta de preparo profissional
• Conflitos de interesses

Minha empresa de família precisa ser pequena?

Ao contrário do imaginário popular, que pensa sempre em empresas de família como algo pequeno, por exemplo, uma pequena loja ou operadora de serviço, empresas de família podem crescer, e muito.

Algumas das maiores multinacionais do mundo são empresas familiares. Exemplos como a Volkswagen, Wal-Mart, Ford, são empresas familiares que cresceram e estão entre as maiores e mais imponentes do mercado.

No Brasil também há exemplos de sucesso, o grupo Itaú Unibanco, JBS,  grupo Globo, Magazine Luiza e TAM Linhas Aéreas, são empresas de sucesso que conseguiram figurar entre as maiores do mundo em suas áreas de atuação.

Minha empresa de família pode crescer?

O crescimento é algo que deve ter um cuidado especial, principalmente em empresas de família. Como citei acima, Buddy Valastro é o exemplo perfeito de crescimento de empresas familiares. Ele conseguiu transformar a confeitaria do pai em um negócio milionário e com atuações em vários países inclusive no Brasil. Ele fez isso sem perder a essência do negócio e a qualidade dos produtos.

Vou tratar exclusivamente do crescimento das empresas de família no próximo post. Continue acompanhando o site para se manter atualizado.

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