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As pequenas empresas familiares são muito populares no Brasil. Segundo uma pesquisa do Sebrae, 85% dos negócios são de família. No entanto, muitos empreendedores temem esse tipo de negócio graças à cultura que temos aqui no Brasil de acreditar que as empresas familiares precisam ser pequenas.
Já escrevi aqui no blog textos desmistificando esse estereótipo de que pequenas empresas familiares não podem crescer. No entanto, não custa reforçar que a chave para o sucesso continua sendo só uma: a gestão.
Mas, antes, veja alguns desses textos:
- Uma empresa de família precisa ser pequena pra sempre?
- Como fazer minha empresa familiar crescer sem perder a essência
Essa dica vale para todos os tipos de negócios, seja comércio, indústria, serviços, etc. Cada um desses modelos de negócio têm suas características e dificuldades próprias para crescer. Mas, além desses peculiaridades, as pequenas empresas familiares podem enfrentar outros problemas internos.
Isso acontece porque não é fácil suceder a gestão de uma empresa e alguns antigos donos de negócios costumam serem resistentes à mudanças institucionais. É o clássico pensamento de que “em time que está ganhando, não se mexe”. Entretanto, assim como no esporte, o mercado está sempre mudando e evoluindo. Quem não se adapta, acaba na segunda divisão.
Por isso, reservei um tempo para ajudar com dicas de gestão para pequenas empresas familiares.
O que é preciso para se gerir pequenas empresas familiares
A gestão de pequenas empresas familiares enfrenta algumas barreiras a mais que as outras. Alguma delas são:
Dificuldade de separação entre vida profissional e pessoal
Esse é um ponto bem delicado na gestão de pequenas empresas familiares. A dificuldade em separar o ambiente profissional pode, além de causar mal-estar e brigas familiares, desgastar o ambiente profissional, desmotivar equipes e afetar o rendimento.
Postura autoritária do fundador da empresa
Aqui nós voltamos ao tópico que citei no começo do texto. Muitas vezes o pai, avó ou tio que fundou a empresa e não quer mudar as políticas institucionais por acreditar que alguém mais novo não tem a experiência necessária para melhorar a gestão do negócio.
Sobrecarga de responsabilidade aos membros da família
A falta de delegação de tarefas faz com que apenas um membro da família tenha as responsabilidades necessárias para o andamento da empresa. Isso gera sobrecarga física e emocional, além de ser o estopim de brigas familiares e perda de controle administrativo.
Briga interna por poder entre os membros da família
Quando se tem mais de um familiar pleiteando uma sucessão de cargo, pode haver brigas internas e perca de união entre eles e entre os demais colaboradores. O espírito competitivo é importante nos negócios, mas só na medida certa.
Nem tudo é caos nas PME familiares
Esses pontos fracos podem e devem ser combatidos para sua empresa estar entre as pequenas empresas familiares de sucesso. Esses são os problemas mais comuns, devido às características mais comuns aos negócios dessa natureza.
Mas nem tudo são desvantagens. Para combater esses pontos fracos, vamos nos aprofundar um pouco mais nos pontos fortes das empresas familiares:
Relacionamento interno amigável
Afinal, está tudo em família. O relacionamento amigável ajuda no fortalecimento da gestão e estimula a equipe.
Equipe leal
Com a administração em família fica mais fácil manter os funcionários leais. Essa lealdade passa dos funcionários da própria família para os que foram contratados por outros meios. Não é raro ver casos de funcionários de pequenas empresas familiares que passam a ser considerados membros da família.
Confiança entre responsáveis operacionais
Quando se trabalha em pequenas empresas familiares há uma confiança muito forte entre colaboradores, chefia e líderes, afinal, você não está apenas respeitando seu chefe, mas sua mãe, tia, avó, cunhado, etc. Os laços vão para além do profissional.
Interesse no crescimento da empresa
Em algumas pequenas empresas familiares, os principais cargos são ocupados por pessoas que vão herdar a gestão um dia. Por isso há o interesse desses colaboradores de manter o crescimento do negócio.
Fortalecer e focar nessas vantagens é a chave para se manter combater os erros mais comuns na gestão das pequenas empresas familiares.
Dicas para aplicar gestão de empresas familiares
Muitos me perguntam por que empresas familiares não crescem, já dei algumas dicas nesse artigo. No entanto, aplicar as atitudes necessárias nem sempre é tão fácil quanto parece, mas esse passo a passo pode ajudar:
- Crie regras claras
- Não crie exceções aos parentes e familiares
- Seja rígido com os valores e princípios da empresa
- Pesquise e não tenha medo de mudar
- Promova por mérito, não por grau de parentesco
- Treine os sucessores
- Trabalhe toda a sua equipe, não só com os familiares
Essas dicas visam deixar claro que além de seus parentes próximos, as pequenas empresas familiares são compostas por outros colaboradores, e favorecer alguns em detrimento de outros desestimula e desmotiva a equipe como um todo.
Separar o ambiente profissional do pessoal é garantir que os filhos, sobrinhos e netos são colaboradores como todos os outros. Isso quer dizer que eles tem que seguir regras e sofrer punições se não agirem conforme o regulamento.
Implantar novas políticas de gestão em pequenas empresas familiares pode ser doloroso, mas os negócios são como um filho: eles precisam de algumas broncas e puxões de orelha (e muito trabalho) para trilhar o caminho correto.
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